domingo, 1 de abril de 2012

Poesia - Cordel dos Direitos Humanos postado por Ednéia Monteiro de Oliveira

CORDEL DOS DIREITOS HUMANOS

O pensamento humanitário,
Produziu transformação,
Para o direito fundamental,
Do homem ou cidadão.
Americanos e franceses,
Formalizam declaração.

Revolução do século dezoito,
Vêm suscitar e favorecer,
Os ideais filosóficos,
De Rosseau a Montesquieu,
Os quais contribuíram,
Pró-movimento crescer.

A declaração da França,
Foi universalizante,
A iniciativa popular,
Foi sua representante,
Hoje serve de modelo,
Um documento marcante.

A concepção francesa,
Era da individualidade,
Mas num estilo lapidar,
Enfatiza a liberdade,
A igualdade e o legal,
E ainda a propriedade.

A burguesia liberal,
Ajudou a revolução,
Pois o absolutismo,
Tinha a dominação,
Mais adiante porém,
Promoveu a opressão.

O progresso industrial,
Acentua desigualdade,
O trabalhador explorado,
Ficou sem propriedade,
E sem salário condigno,
Aumentou a gravidade.

Nesse quadro avassalador,
Surge Marx o cientista,
Criticando a igualdade,
Feita por capitalista,
Discutiu essas idéias,
No manifesto comunista.

A concentração de riquezas,
Na mão duma minoria,
É o que provoca a miséria,
De toda uma minoria,
Pra dividir esse bolo,
Só com muita rebeldia.

Assim continua o homem,
Em busca da perfeição,
Pouco se preocupando,
Com a humanização,
Apesar das deficiências,
Temos a Declaraçao.

No ano de quarenta e oito,
Dia dez, mês do natal,
A Assembléia da ONU,
De modo universal,
Aprova os direitos do homem,
Pra cumprimento integral.

Pelo artigo primeiro,
Somos iguais em dignidade,
Direitos e nascemos livres,
Pra agir com fraternidade,
Fico triste em lhes falar,
Que não é a realidade.

O segundo manda gozar,
Do direito e da liberdade,
Sem utilizar distinção,
De raça, cor, religiosidade,
Opinião, política, riqueza...
Será que isso é verdade?

As palavras do terceiro,
Nos diz o essencial,
Todos têm direito a vida,
A segurança pessoal,
E ainda a liberdade,
Bonito! Mas irreal.

O quarto é enfático,
Proíbe a escravidão,
Só que os juros pagos,
Pra manter globalização,
Está nos deixando servos,
Eternizando a prisão.

Quinto vem ser o artigo,
Que não deixa torturar,
Condena-se a polícia,
Sem antes observar,
Que a maior violência,
É não poder se educar.

O sexto nos informar,
Que o homem tem direito,
Perante a lei do mundo,
Ser tratado com respeito,
Mas países descumprem,
A regra deste preceito.

No sétimo somos iguais,
Não havendo distinção,
Diante a lei e o direito,
Desses temos proteção,
O forte ainda consegue
Manter discriminação.

O oitavo nos ensina,
A procurar os tribunais,
Contra os atos que violem,
Os direitos fundamentais,
Mas a suntuosa justiça,
Pouco tem sido eficaz.

Ninguém, pelo artigo nono,
Será preso ilegalmente,
Detido ou exilado,
Se arbitrariamente,
O descumprido é flagrante,
Analise historicamente!

O artigo dez não inventa,
Diz o fundamental,
Igualmente temos direito,
A uma justiça imparcial,
Tem país que ainda julga,
Sem uma defesa legal.

Pelo onze não se acusa,
Sem devido processo legal,
Tudo está previsto,
Na lei de cada local,
Mas inocentes são vítimas,
Do bombardeio fatal.

Na regra do artigo doze,
Não haverá interferência,
Na vida privada no lar,
Ou numa correspondência,
Essas normas são violadas,
Até com muita insistência.

Fala o treze da liberdade,
De locomover e morar,
Dentro de um território,
Podendo sair e retornar,
Mas existem ditaduras,
Que persistem em violar.

O quatorze da direito,
A vítima de perseguição,
Que pode procurar asilo,
Em seja qual for a nação,
Muitos países descumprem,
E não dão essa proteção.

Pelo quinze fazemos jus,
A uma nacionalidade,
Não podemos ser privados,
Dessa legal faculdade,
Podendo até mudá-la,
Se houver necessidade.

O dezesseis nos ensina,
Que maiores de idade,
Podem contrair matrimônio,
Por espontânea vontade,
O duro é manter a família,
Agregando-a a realidade.

O dezessete vem tratar,
Do direito à Propriedade,
A qual não se deve violar
Pela arbitrariedade,
Poucos são donos de tudo,
Muitos na precariedade.

Pelo dezoito somos livres,
Pra refletir e pensar,
De cultuar religião,
Quando nela acreditar,
Cristãos, judeus e outros,
Teimam em se digladiar.

O dezenove complementa,
A idéia do anterior,
Expressaremos opiniões,
Seja em que lugar for,
Se não houver embaraços,
Com prepotente ditador.

O artigo vinte agrega,
Liberando reunião,
Podemos pacificamente,
Criar associação,
Mas os ricos liberais,
Preferem desunião.

O vinte e um nos indica,
Que podemos governar,
Escolhendo representantes,
Ou se um pleito conquistar,
Mas voto é mercadoria
E só ganha marajá.

Pretende o vinte e dois,
Dá segurança social,
A que fazemos jus,
Pelo esforço nacional,
Mas educação e saúde,
Estão num plano orbital. .

Pelo artigo vinte e três,
O homem deve trabalhar,
Ter remuneração decente,
E sindicato organizar,
Os projetos globalizantes,
Querem com isso acabar.

É no vinte e quatro,
Que podemos repousar,
Ter lazer, férias com grana,
E na Europa passear,
Um sonho do operário,
Que mal pode se alimentar.

É direito no vinte e cinco,
Ter padrão de vida real,
Alimentar-se, morar bem,
Ter um bem-estar social,
O difícil é ter acesso,
Ao que é fundamental.

Agora pelo vinte e seis,
Tenho que ter instrução,
Pra compreender a miséria,
E debater a questão,
O poder sabendo disso,
Destrói a educação.

O artigo vinte e sete,
Vem nos dá a proteção,
Sobre o que se produz,
Pra cultura da nação,
O nosso direito autoral,
Não esboça reação.

O vinte e oito se apega,
Na ordem sócio-global,
Pra que o estabelecido,
Realize-se no total,
O preceito é coerente,
Mas não cumprem no final.

Prevê o vinte e nove,
A nossa obrigação,
De respeitarmos as leis,
E também o nosso irmão,
No entanto há violência,
Por faltar compreensão.

Chego no artigo trinta,
Vejo nele a previsão,
Que nenhum dispositivo,
Da presente declaração,
Seja porém destruído,
Por revoltosa nação.

Analisei as premissas,
Dos direitos fundamentais,
Mostrei a Declaração,
Nos seus aspectos formais,
Dissequei todos artigos,
Fazendo críticas leais.

O homem sempre lutou,
Pra reaver seu direito,
A história mostra isso,
De modo muito perfeito,
Mas apesar do progresso,
Persistimos no defeito.

Fiz um breve retrospecto,
Do que é primordial,
Para que o homem viva,
Na sociedade ideal,
Espero que no futuro,
Não existe desigual.

Tenho medicação certa,
Pra que todos vivam bem,
Acabe com a ganância,
Divida o que você tem,
Pois na vida espiritual,
Não precisará de vintém.

Dedico esse trabalho,
A quem nele acreditar,
A Deus referencio,
Por ele me ajudar,
A Terra será um éden,
Quando povo se agregar.


Editado pelo Projeto Mandacaru de Literatura de Cordel.
Site: http://www.prof2000.pt/users/filipe/pessoa/social/DH_poesia.htm

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